Budismo no ocidente

Ao mesmo tempo que minha velhice traz serenidade para encarar os problemas, ela cria outros. Não consegui ler o artigo Por que o Budismo encanta o Ocidente? sem achar os erros da argumentação do escritor.

Primeiro, a justificação que o Budismo só faz “sucesso” no Ocidente devido à condições temporais. Se vamos usar um método de divisão tão arcaico como lado esquerdo e direito do mundo, tanto deveria importar em qual época estamos. Quer dizer que o budismo ou qualquer outra “religião” tem méritos por causa das tendências da pós-modernidade neoliberal. Bem, isso é novidade para mim… O Budismo tem lá feito seu sucesso em outros lugares do mundo, e não precisava de uma maneira de visão do mundo para encontrar seu lugar.

Quer dizer, nos lugares em que ele tem raiz, esses “problemas” não existem, certo? E da última vez que eu vi, não existe necessariamente muita diferença entre eu aqui no Brasil e um monge na Mongólia. Não pode ser razão de sucesso, aliás, deixa eu parar por aqui….

Sucesso é uma péssima palavra para definir a entrada do Budismo em outras partes do mundo. Eu ligo essa palavra à efemeridade, ao show-business. Certamente alguns católicos achariam ofensivo se eu dissesse: Jesus Cristo faz sucesso na Islândia. Não parece que ele está em turnê? 🙂

Mas continuando com o artigo, pois ele também continua na tecla das diferenças entre partes do globo ao falar em ideologia pós-moderna do individualismo exacerbado, o fato de algum estilo de vida ou religião estar sendo vivido por algumas pessoas independe da sociedade. Acho que é essa a mensagem que o autor tentou passar, mas nas palavras erradas.

Explico: Não é individualismo, mas sim liberdade. A liberdade de credo, a separação do estado e da religião, a aceitação das diferenças, é que produzem a chance das pessoas escolherem no quê acreditar. Mais forte que a vontade de encontrar um norte espiritual, pelo menos. A distribuição do budismo, ou do islamismo, ou ateísmo, é fruto dos fluxos migratórios e da melhoria nos meios de comunicação. O budismo encontra novos adeptos pois ele nem sequer existia em diversos contextos, era algo que você já ouviu falar, mas não conhecia detalhes, como funcionava, as razões.

E eu nem sequer manjo muito de budismo, nem manjo de nada pra falar a verdade. Só quis aí pinçar o problema desse tipo de pensamento, muito perigoso na minha opinião (o problema, não o pensamento). Quando você escreve que determinadas coisas começam pelos motivos errados, você pode levar o leitor a deduzir, como 1 + 1 = 2, que a consequência é errada. Não é muito isento… aliás, outras partes do texto não me parecem isentas, aonde o autor flutua entre uma coisa ruim, para logo depois dizer, mas não é bem assim, existem exceções…

Reclamar também é traço da velhice, não é? Tô me sentindo com 80 anos… 🙂


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Comments

3 responses to “Budismo no ocidente”

  1. Rafael Franco Avatar

    Belo post.
    Se reclamar é traço de velhice eu devo ter 200 anos., mas dessa vez não vou reclamar, vou elogiar, até que enfim um post não Nerd.

    Falow

    Rafael Franco

  2. michelle Avatar

    essa é para vc mi

  3. lia da cruz Avatar
    lia da cruz

    e verdade que os budistas ñ podem sentar de costas p/ a porta que entram.e porque, qual a esplicação mais simples .gostaria de ter mais informações sobre esta religão.obrigada.

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